domingo, 7 de setembro de 2008

Cordelando!* Para o Tio Ronie

CORDEL DA HISTÓRIA DOS NÚMEROS.


Foi dando nó em cordinhas
Que nossos antepassados, bem lá no passado,
Contavam os seus carneirinhos
Pra comercializá-los nas feiras dos largos
Logo, foram usadas pedrinhas para vender ou comprar nos mercados.
As primeiras calculadoras surgiram por esses lados.
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números

Os Árabes incrementaram
o conhecimento dos indianos
Transformando a forma escrita dos símbolos
Que hoje são conhecidos como números indo-arábicos.
O zero, o um, o dois e os demais infinitos números Naturais,
Transformaram os contos das mil e uma noites do mundo
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números.

Aprendemos a jogar dado, sinuca e carteados.
Saímos da terra pelo mundo avantajado.
Todo número deve ser comparado ao que está quantificando
Foi pela necessidade do comércio de produtos,
e pelas viagens pelo mar profundo,
Que os números foram nas nossas vidas espalhados.
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números.

Tinha osso com marcas neles gravadas,
Papiro de Rhind com inscrição,
Tinham pirâmides, tinha filósofo grego, escrava e soldado.
Essa “gregalhada” nem sabia que, um dia,
seriam de matemáticos, chamados.
Não se sabe se comiam com garfos nem tampouco se a pizza existia,
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números.

Também ninguém conta se naqueles dias,
havia mais João ou mais Maria.
Mas, a verdade é que até nossos dias
esses símbolos numéricos chegaram,
E ganharam força aqui no improviso,
Procurando a métrica e rima como guia.
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números.

Olharam pro céu, mediram a terra, viraram o mundo.
Confesso que nem sei se sabiam que havia minuto e segundos.
Só sei que pra chegar até nossos dias
Eles estudaram tudo isso a fundo
Calculando a saída pro meu verso não ficar quebrado
eu mergulho certo no que contaram as nossas tias,
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números

Lá pras tantas, nas matas e no mar se embrenharam,
Português fez o índio de otário
Gritou: terra a vista!
Mas nem a prazo pagaram
O danado é que hoje todo operário
Continua escravo de um salário
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números

Pinguela virou ponte
Pirâmide virou palácio do planalto
Presidente atrapalhado ta no lugar do faraó surdo
E os ministros são os seus soldados
Todos eles montados em “cavalos alados”
O povo a carregar pedras, com pouco estudo.
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números

Pitágoras dizia; “o numero dirige o Universo”.
E que “tudo é número”
Não duvido disso, nem de que,
O homem em sua maioria é perverso.
Mas tem o que ama e faz verso
Mesmo calculando seus movimentos e pensamentos confusos
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números

E assim vou chegando ao começo do fim
Se não conhecemos as regras e os algoritmos
A matemática é má, é ruim.
Mas, olhando por sobre ombros,
De ninguém menos que Tales, Euclides, Joca Wolff e Bráulio Tavares,
Eu garanto que o jogo só está nas preliminares
Cantando esse mote eu encontro o prumo pra contar o cordel da história dos números.

Leudo Carvalho, 2008-09-07