sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Qué-qui-há

“Qué-qui-há?”
Revelou-se, bebeu, fumou e comeu.
Publicou a viagem. Ninguém leu.
Quem menos viu fui eu,
Será já o grande adeus?

O pranto procura a dor para molhar,
Regar com sentimentos
A sangria do heterônimo vento.
Será já o grande momento?

Sentado num cometa, leu.
De abril invadindo maio
Tal dezembro comovendo
Cada momento: tempo
Será dessa vez o final do lamento?

Deságua o canto no meu sonho
E ponto. Quem brilhou?
Foi-se assim o ato;
Quem morreu de fato?

Leudo Carvalho, 14/01/12