terça-feira, 13 de maio de 2008


Ordem no caos.

Ontem à noite o “Jornal Nacional” terminou em poesia. Resultado de uma doação de livros, feita por um professor que é natural de uma cidade do sertão do Nordeste. Ele ensina num grande centro e, voltando para rever sua cidade natal, resolveu fundar a primeira biblioteca pública no seu lugar de origem. Está sendo bem freqüentada por famintos de informação e poesia. É o saber, indo de encontro a quem está vindo para o futuro que, ele, o professor doador de livros, está no seu atual momento. Uma volta para seu passado, no seu presente. Bela fusão.
Antes de ontem, a Internet divulgou fotos do telescópio espacial Hubble, que está a dezoito anos em órbita da terra. Cinqüenta e nove imagens de galáxias em fusão chocam-se, umas com as outras, com outras: duas, três, várias. Umas, vivem em rota de colisão. Outras se atraem, com suas enormes marés de gravidade. Vestígios do ontem delas, na construção de um novo que, será velho no futuro, no futuro. A ordem no caos da eterna cosmogonia. E eu? Eu organizo o movimento no meu novo e quase velho momento, que será, daqui a pouco, outro meu velho novo.
Poesias que se fundem, rasgando os verbos dos sentidos: viver, ver, ouvir e estar, mesmo não estando lá. Quando estou aqui, galáxias continuam a se fundir, leitores continuam a evoluir. Será que é evoluir? Sei que é seguir! Buscando a ordem no caos. Recriando o que vai ser destruído, para a continuação da criação. Fusões de linguagens: verbal, e não verbal. Caetano Veloso já disse que: “A prosa e a poesia, e sobre tudo, a poesia, é o que podem lançar mundos no mundo”, vamos viver a fusão entre leitura e mente. Vamos nos esclarecer, para não corrermos o risco de acreditar em quem se diz esclarecido!


Leudo, 27 abril 2008.