segunda-feira, 15 de outubro de 2007

COM A PALAVRA...


São eles que estão falando – Passaram ontem por aqui. Alguns, cor de chumbo! Nem sabemos bem de onde esses tais vêm – mas eu vi também. Sempre achei que era conversa das mais velhas tagarelas. Nunca dei muito ouvido às previsões delas. Como poderíamos imaginar uma coisa dessas? Sempre cumprimos com a responsabilidade que nos cabe, dentro dessa imensa família. Mas agora, vejam! Tias minhas, açoitadas, acorrentadas, e arrastadas em lombos de estranhos quadrúpedes de pés redondos. O som que o vento quente nos traz é de um cheiro desesperado de dor e sofrimento. Será que chegará aqui? Será que o pior está por vir? Soube de primas que não têm mais direito, sequer, a um orvalho. Noutras abriram atalhos por dentre elas com um instrumento que, pelo ruído que solta na encosta, assusta e revolta toda população vizinha. Nossa mãe, cega, parece nem adivinhar o que pode ser feito conosco. Alguns argumentam que somos “paus ocos”, e pretendem nos devastar, com essas idéias fixas de progresso, numa velocidade cada vez maior que aos poucos. Pergunto-lhes: Quem verdadeiramente está louco? Eu, árvore, imitando um papagaio falante? Ou esses humanos que vão nos transformando em tocos?


Denuncie abusos ao meio ambiente. Quem cala, consente.

LEUDO, 20 /SET/07

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou apoplético!!!!!!!!!!!!!!!! Muito bom, tio!!!!!!