segunda-feira, 15 de outubro de 2007

JABORJABÁ

Sentir-se maduro é atravessar o muro das idades
E lembrar do doce tempo da infância
No sabor da mordida numa jabuticaba.
É quando a malícia dos homens some,
Ao escutar o tropel dos pensamentos mais alados.
Armado com um taco da literatura,
Outra fruta, de sabores variados.

Ter no coração um ritmo milongueado;
Fazer na mata de dentro de nós uns atalhos;
Trepar-se nalguns galhos, pular de alguns barrancos;
Não temer verter prantos, nem estrondar gargalhando um sorriso.
Ser siso nos improvisos; ser degustado e não engolido.
Ter no norte mantido, o sentido de todos os rumos.
Entortar, não quebrar, tomar prumo.
É ter da essência o sumo, seja doce ou amargo.

De Madagascar ao Jardim de Alá,
Saber o que de verdade habita lá.
Japão, jabuti, Itajaí... Jesus vai vir?
Testemunhou Jawe ao califa Mustafá?
Aos mitos todos, respeitar;
E as culpas renegociar!
A eternidade é o tempo que nos resta pra amar.



Leudo, 2006-10-21

2 comentários:

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom

Unknown disse...

a eternidade está presente no presente dado por estes versos.Parabéns meu jovem!!!!